quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Lenio Streck e a IVI

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SEGREDOS E MISTÉRIOS DA IVI – IMPRENSA VERMELHA ISENTA
Parecer n. 5 (pentaparecer)
Requerente: Blog CornetadoRW
Assunto: a origem da IVI e a carga sobre Odorico.
Consulta-me o preclaro condutor do BLOG CORNETADORW, brasileiro, gremista compulsivo, penta campeão e líder do ranking brasileiro, acerca da discussão travada no programa Sala de Redação do dia 4 de janeiro de 2017. Na especificidade, os integrantes do Sala não deram a autoria (patente) da IVI ao consulente. Insistem em tergiversar sobre o assunto, inclusive Cacalo, que bem sabe quem foi o criador da IVI – Imprensa vermelha isenta, inclusive com classificações como IVI da Ipiranga, IVI do centro etc. Relata o consulente que LH Benfica insiste em dar a autoria para Odorico. Em face de todos esses sucessos históricos, indaga RW (Ricardo Wortmann): o que está por trás dessa insistência da atribuição de autoria ao diretor do Grêmio?
RESPOSTA AO QUESITO
Preliminarmente, é preciso esclarecer o conceito de IVI – Imprensa Vermelha Isenta. Esse conceito foi cunhado – e hoje é o achado jornalístico esportivo da década – pelo consulente RW, para retratar o modus operandi de parte da imprensa esportiva gaúcha. Tradicionalmente, sabemos que  no Rio Grande do Sul, ao contrário de outros Estados da Federação, criou-se o mito da isenção. Em vez de, como alguns, assumirem a sua predileção clubística, jornalistas esportivos preferem o manto da isenção. Não há nisso, frise-se, nenhuma “ilegalidade”. Em determinado sentido, é louvável que haja um setor que faça descrições analíticas sobre o fenômeno esportivo e não faça prescrições.  Mas, como filosoficamente está comprovado que, ao descrever, o intérprete já está prescrevendo, não poderia haver outro resultado, senão o de surgir o fenômeno IVI, pelo qual, sob o manto da isenção, torce-se desbragadamente. Sendo mais claro: IVI não é uma entidade metafisica. Ela existe na medida em que o jornalista, dizendo-se isento, não consegue, nos momentos mais significativos da vida desportiva, esconder seu gosto clubístico. Esse conceito não se aplica a quem é assumido e quem já saiu do armário. Quem assume ser colorado, por exemplo, perde a filiação à IVI.
No mérito, há que referir que não há absolutamente nada estranho na discussão e tentativa – não somente do Sala, mas também de outros veículos de comunicação e de outros departamentos da IVI – de se atribuir o ato de criação do conceito IVI ao Diretor Odorico. E por que? Muito simples. Porque a IVI não seria IVI se não tentasse, exatamente, atribuir o conceito a quem assumiu um cargo de tamanha relevância. Atribuindo-se a ele o rótulo ou a suspeita de ter criado a IVI, abre-se a possibilidade de fragilizar a sua relação com a imprensa esportiva. Essa tergiversação acerca de quem criou o conceito faz parte do próprio agir ivista. Caso contrário, não seria IVI. O Rio Grande do Sul, aliás, é incrível: a chegada do juiz Dalessandro no aeroporto gerou mais cobertura que o sorteio da libertadores (para registro, sem que o assunto faça parte do parecer).
EX POSITIS, o parecer vai no sentido de que, em sendo público e notório o ato criador do conceito de IVI, a tergiversação cotidiana apontando para um diretor do Grêmio tem como objetivo fragilizar a relação futura do dirigente com a imprensa. Trata-se de uma espécie de metalinguagem do discurso desportivo: a IVI, para ser IVI, deve negar importância ao conceito e, ao mesmo tempo, reafirmar a sua posição “isenta”. O parecerista pede escusas pela complexidade e pela extensão da peça, mas o assunto exige e é de extrema dificuldade, porque envolve várias “camadas” discursivas. O óbvio nunca se mostra. O óbvio sempre se esconde. Se ele se mostra, não será mais óbvio. Por isso, a tarefa do BLOG é desvelar as obviedades do que parece óbvio. A IVI quer fazer as coisas parecerem óbvias. E nisso reside o seu mistério.
Sub censura, 
Lenio Streck, brasileiro, penta campeão da Copa do Brasil, líder do ranking e não isento (autor do livro Por uma epistemologia da IVI: desvelando os seus segredos e mistérios. Best seller editado pela editora Princesa do Solimões, 2ª. Edição).