sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Coluna do Guberman

O REI DE COPAS E AS PRINCESAS DE OUROS
                        À época das guerras do século XIX, quando nossas terras eram ameaçadas pelos vizinhos, havia um ditado que as guarnições viviam repetindo lá na Fronteira: “O Brasil pode dormir tranqüilo porque o Rio Grande vela pelo seu sono e Bagé, a Rainha da Fronteira, é sua sentinela”.  Tinha de iniciar tão nobre coluna falando de mais uma rainha para parafrasear o dito que todos os Gaúchos da mais nobre estirpe (nós de Bagé, é evidente) já ouvimos. Fica, então, assim a paráfrase: “o sci pode dormir tranqüilo porque a IVI vela pelo seu sono e IVI da Ipiranga, a mais vermelha das vermelhas, é sua sentinela...”. E vou mais além: “... e tem até fiscal de acostamento vermelho, ali nas valas laterais da 118, gritando por reconhecimento”.
                        A semana foi profícua para os vermelhos. E ainda mais ativa para os próceres da IVI, esses obsequiosos isentos. Foram tantas ofensas à lógica e à verdade que chega a ser difícil escolher os temas a comentar. Concentrar-me-ei, no entanto, em duas questões: ainda a briga no jogo contra o Veranópolis e as diatribes do fiscal de acostamento e de outro companheiro dele que, pelo twitter, começaram uma inglória batalha contra os gremistas e, vendo-se acuado, passou, em comportamento tão afeito à IVI, posar de vítima e bloquear meio mundo. Não sabe brincar, menino-fiscal, não vá para o pátio!
                        Já lá se vão duas semanas desde os escabrosos acontecimentos entre as pedras populares e camisas pedregulho e, embora o clube, aquele, tenha fornecido ingressos e transportes à torcida que se encontrava suspensa e proibida de frequentar os estádios, a imprensa vermelha, no auge de sua isenção despudorada, ainda hesita em chamar as coisas pelos nomes corretos e tenta, sem qualquer prurido de honestidade, retirar da agremiação a responsabilidade direta que tem nos acontecimentos. E ainda falam que se pode conseguir livrar o Princesas de Ouros, aquele clube que precisa do árbitro para vencer outra princesa, a do Solimões, da perda de mando de campo.
                        E pululam as colunas-blindagem. Li, estarrecido, a Folha-Mor da IVI da Ipiranga estampar a chamada “os motivos prosaicos que fizeram estourar a briga em Veranópolis”. Ora, Srs., o que eu quero saber é quais são os prosaicos motivos que levam a essa canalhice à guisa de reportagem, intento de minimizar os crimes, além de mostrar que a ZêAgá não sabe  o que significa “prosaico”. A coisa vai no modo estapafúrdio ligado a ponto de enveredarem por uma “análise” pretensamente psicológica de um entrevero vergonhoso, querendo travestir de aceitabilidade uma baderna vermelha; mais uma!
                         Sem nem saberem quantos jogos de perda de mando de campo, nem mesmo se punição haverá, já li e ouvi, em diversas rádios e outros veículos, de todas as facções da camarilha IVIsta, vituperando contra os “eventuais excessos” do TJD. Palavras de Salmão Mortadela, líder do Parque dos Dinossauros, o mesmo chefe da Sala em que se redige e que, em declaração respeitosa, garantiu que as Princesas de Ouro goleariam ontem... Como assim, eventuais excessos? Como se excessos fossem ocorrer contra o time do coração do dono da pré-falida plurisonido que, nas horas vagas, preside a Federação de Futebol e participa do Conselho do clube.
                                 Aí está o nível de isenção acachapante. São tão isentos que urram e esturram. E, como dissemos há semanas atrás, eles ficam bravos se chamados de isentos, mas se preocupam em, isentamente, falar que não vêem responsabilidade do clube por terem levado os torcedores proibidos, só que foram unânimes em criticar a Geral pelos trapos e instrumentos na final da Copa do Brasil. E mais: no jogo contra o Caxias, na bergamotolândia, ouviam-se instrumentos musicais, o que é irregular dada a suspensão das organizadas, até pela ausência quase total de torcedores ( os jogos vermelhos não têm mais torcida, têm testemunhas, mas sobre isso, também se silenciam de modo retumbante as mídias vermelhas). Alguma linha foi vista nos diários vermelhos?
                                   E o Ariel? Ah, o Ariel... Encostado, afastado ou relegado, como queiram classificar. Só não está lesionado. Ora, Srs., como assim? A mídia isenta, Justo Guerra e Anão Carlet principalmente, garantiram que o jogador estava machucado e, por isso, não estava sendo aproveitado. No instagram, há um par de dias, o jogador publicou que estava lépido e fagueiro (o que, aliás, a noite de Porto Alegre pode atestar como ninguém) e que fora afastado dos treinos sem qualquer explicação. Alguma linha na Brava Imprensa porto-alegrense? Bem capaz! Um silêncio eloqüente que exsuda isenção.  Nem uma entrevista do jogador ou de seu empresário cujas ausências nas páginas esportivas somam-se àquelas da mãe de um jogador, racialmente agredida no Beira-Lamaçal, e da esposa do outro, a nutricionista... uma imprensa minimamente digna iria investigar por que R$ 720.000,00 por mês, entre salários e outras rubricas desse jogador, são gastos à toa. E nem vou entrar na seara dos gols inexistentes do Empolgado Lopez e seus dentes tortos que o impedem de jogar um bom futebol.
                                No Grêmio, já vimos contas de quanto custou cada gol, entrevista a pai, filho, Espírito Santo; já vimos corneta pelo preço da pipoca, responsabilizar toda a instituição por atitude isolada, estigma de racismo e por aí vai. Só que o estádio no qual o Senegalês foi impedido de entrar não foi a Arena, foi outro, mas, sobre isso, igualmente, nada foi publicado nos veículos da IVI.
                                    Tudo o ora exposto não são ilações. São fatos. E, em que pesem os justinos, contra fatos não há argumentos. Entrementes, nas redes sociais, o êmulo de jornalista e dublê de um Fred Mercury prejudicado, insiste em dar “pitacos”, nome que ele insiste em dar às acusadas diárias em que chora suas pitangas. A força com que nega a existência da IVI, tanta virulência para negar a existência de algo, quer dizer que o histriônico, engolfado em contradição, não crê, ele mesmo, que ela não exista; ao contrário, sabe ser um fato que paira sobre as redações gaúchas mas os ataques que dirige aos gremistas demonstra, sobretudo, uma falta de respeito (que estendeu a todos os gaúchos, aliás, quando resolveu dizer que não tinha nenhuma afinidade com o Estado, mas trabalha em Porto Alegre e reside ali em caráter permanente). Ele quer disfarçar isso sob um falso manto de ironia. Só que olvida que a ironia é uma arte que não pode ser conspurcada pelos pobres de espírito.
                                    E por falar em falta de respeito, na mesma linha está fiscal de Freeway. Essa semana, foi pródigo em provocações baratas e, quase seguindo o mesmo roteiro de seu amiguinho dos pitacos, tentou, da mesma forma sem sucesso, ser engraçado. Maus jornalistas e pífios comediantes que tentam, sob o disfarce do “humor”, agredir a 65% do RS.
                                  Como esses dois, há muitos outros. E todos têm o mesmo fascínio pelas Princesas de Ouros e asco pelo Grêmio. Outra coisa que têm em comum: a irrelevância. E por que, então, provocam os gremistas? Justamente para parecer que são importantes, para que seus tuítes e pilhérias circulem pela internet, para que sejam promovidos ao primeiro time de isentos, já que, atualmente, são reservas dos substitutos da segunda divisão da IVI. Por isso, amigos, digo e conclamo: ignorem tais figurinhas. Não os ajudem a crescer...
                                       Mais uma vez, uma coluna em que mostramos um comportamento da IVI que, sem qualquer constrangimento, viola os mais elementares princípios da deontologia jornalística ou da mais comezinha decência. E como combatemos isso? Denunciando-a sempre que possível. Insisto, porém, não queremos uma imprensa azul. Queremos uma imprensa que diga a verdade, que aja com honra e dignidade.

                                    E por último: por que o Rei de Copas no título? Apenas  a velha e boa corneta entre torcidas: enquanto por lá são princesas de ouros, sete anos sem títulos que, para vencer fora, têm de comprar mando de campo, digo: princesas há muitas; Rei, porém, existe apenas um:  e nosso time é o Rei. De Copas.

Flavio Guberman